Entrevistas

Coronavírus: casal de brasileiros que vivem em Verona têm voos cancelados

A previsão de retorno ao país é para o dia 03 de abril.

O anúncio do governo italiano de bloqueio do país para conter o avanço do coronavírus/Covid-19 afetou o retorno do casal de Simone da Silva, 30, natural de Nova Veneza e Charles Adriano Comin, do Alto Rio Maina, em Siderópolis, 33 e da pequena Maria Carolina que residem em Castelnuovo Del Garda, em Verona. O retorno estava previsto para o dia 10 de março, porém, o voo que tinha destino a Milão e poucos passageiros. Um novo voo mais uma vez foi cancelado devido ao decreto D. P.C.M 09/03/2020. A previsão de retorno ao país é para o dia 03 de abril.

A informação repassada sobre a situação de zona vermelha é o fechamento dos estabelecimentos comerciais, exceto, farmácias, mercados e de necessidade pública.

“As informações que recebemos de lá é que o governo não considera uma epidemia devido a quantidade de pessoas infectadas e mortas, porém pela velocidade que vem se alastrando todas as precauções necessárias estão sendo tomadas. A polícia passa na rua com a carro de som repassando informações e se alguém for abordado precisa relatar de onde vem, pois poderá pagar até uma multa”, afirma a neoveneziana Simone.

Vídeo mostra a polícia repassando as informações à população

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Coronavírus: casal de brasileiros que vivem em Verona têm voos cancelados. o vídeo mostra a polícia repassando as informações necessárias à população. Leia a matéria completa ao acessar a BIO.

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Ela comenta que mantém contato com amigos e vizinhos e a ordem é não sair de casa, somente em extrema necessidade. “As ruas estão desertas, as regras para ir num supermercado é entrar apenas 25 pessoas por vez e manter a distância de um metro, nas farmácias duas de cada vez. Deve-se evitar a ir aos hospitais, somente em situação emergencial ou ligar para que uma equipe médica vem a residência”.

Economia

De acordo com Simone, a grande preocupação de todos que vivem na região de Verona é com a economia. “Meu marido trabalha em um restaurante de um parque que abre sempre antes da Páscoa. Nós vivemos em uma região que vive do turismo e muitos empreendedores reduziram os funcionários e agora irão fechar os estabelecimentos. Todos estão preocupados com o futuro da economia da região com a zona vermelha”.

Retorno

Sobre o retorno, a neoveneziana acredita e está na expectativa que o seu retorno seja mantido o início de abril.  “Vamos estar ainda no período de zona vermelha com passagem remarcada, porém acredito que não impediram de voar pois somos cidadãos italianos, meu marido e filha e eu tenho permisso”.

Contaminação

A ex-deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, que está em Roma, relatou nesta quarta-feira (11) sobre a rápida e intensa contaminação afetou grande parte da população italiana, sendo que hoje mais de 12 mil pessoas estão certificadamente contaminadas. “Tudo aconteceu em aproximadamente 15 dias, se espalhando muito rapidamente em pequenas cidades próximas de Milão, tomando conta do Estado da Lombardia e, após tentativa do governo em isolar o Estado Lombardo, fazendo com que milhares de pessoas fugissem para cidades do centro e sul do país, onde estão os familiares e residência de origem. Foi então, que houve a preocupação da contaminação generalizada por todo o território nacional”, relata.

Segundo Renata Bueno, “a população tem aceitado as orientações, mas está bastante apreensiva em ter que mudar radicalmente seu dia-a-dia e comportamento”. A previsão é de de as novas regras sigam até dia 3 de abril, quando se espera vencer a batalha contra o vírus. “Caso contrário, a restrição para os cidadãos será estendida” diz a ex-deputada, que tem mantido contato com autoridade brasileiras e italianas para repassar informações aos brasileiros que residem no país