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Camerata di Venezia apresenta concertos com novo repertório em Nova Veneza e Içara com entrada gratuita

Orquestra interpreta obras da música erudita e sua evolução na história com a série de concertos Música no Tempo nos dias 31 de agosto e 01 de setembro

Dando continuidade a série “Música no Tempo”, os próximos concertos serão realizados no dia 31 de agosto, Teatro Municipal, em Nova Veneza e 01 de setembro, na Luterana Renovada Vila São José, em Içara, ambos com entrada gratuita e transmissão ao vivo. 

No repertório, obras de compositores que são referências dos períodos Barroco, Clássico, Romântico e Moderno. A música de concerto foi se transformando ao longo do tempo, de uma complexa polifonia predominante no período Barroco, vem uma a reação em forma de simplicidade como uma nova norma do Classicismo, que por sua vez dá lugar ao dramatismo, a paixão, ao virtuosismo e ao individualismo dos compositores românticos. Surgem as grandes orquestras, surge o músico profissional. O início do séc. XX inaugura o Modernismo. Irrompem os movimentos nacionalistas como uma vertente presente em diversos países, inclusive no Brasil. Na atualidade as orquestras demonstram sua versatilidade apresentando obras de gêneros musicais antes inimagináveis para um repertório tradicional, os arranjos para música popular como de Pop e Rock.

Os concertos apresentam obras em ordem cronológica de criação, iniciando com o famoso compositor Antonio Vivaldi (1678-1741) uma das maiores referências do período Barroco. Nascido na cidade de Veneza, Vivaldi era conhecido como il Prete Rosso (“o padre ruivo”) por ser um sacerdote católico de cabelos ruivos. Compôs em torno de 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. Sua obra “As Quatro Estações” é ainda hoje um dos maiores clássicos da música desse período.

Luigi Boccherini (1743-1805) foi um compositor e violoncelista italiano do período Clássico. Sua música manteve um estilo cortês e galante. Boccherini compôs vários quintetos com violão, incluindo o “Fandango”, que foi influenciado pela música espanhola. Sua biógrafa Elisabeth Le Guin observou entre qualidades musicais de Boccherini “uma repetitividade surpreendente, uma afeição por passagens estendidas com texturas fascinantes, mas praticamente nenhuma linha melódica, uma obsessão com a dinâmica suave, um ouvido único para sonoridade, e uma invulgarmente rica paleta de introversão e de afeto triste.”

Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893)  foi um compositor russo do período Romântico, cujas obras estão entre as mais populares do repertório erudito e foi o primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, sua carreira foi impulsionada por sua participação como regente convidado em outros países da Europa e nos Estados Unidos. Como reconhecimento, em 1884 foi homenageado pelo imperador Alexandre III e recebeu uma pensão vitalícia.

Alberto Nepomuceno (1864-1920), foi um dos músicos emblemáticos do novo regime, constituindo, ainda, a ligação entre os dois compositores brasileiros de maior inserção internacional: Carlos Gomes (1836-1896) e Villa-Lobos (1887-1959). Cosmopolita, estudou em Roma, Berlim, Paris e Viena, difundindo no Brasil as novidades colhidas nesses centros musicais europeus. Divulgou a música de outros compositores brasileiros, reformou o Hino Nacional e trabalhou pelo resgate da obra do padre José Maurício (1767-1830). Estreou no Brasil obras como o Prélude à l’après-midi d’un faune, de Claude Debussy (1862-1918). Como pedagogo, dirigiu o Instituto Nacional de Música, lutou pela modernização do ensino musical e quis traduzir o Tratado de harmonia de Schoenberg. A Suíte antiga foi estreada em 1894 pela Filarmônica de Berlim, com regência do próprio compositor. Na versão para orquestra de cordas o prefácio apresenta a seguinte nota “Tal como Grieg na suíte Holberg, como Tchaikovsky na suíte Mozartiana, Respighi nas suítes de Árias e danças antigas e outros, Nepomuceno também quis reverenciar os grandes clavicinistas do séc. XVIII, compondo uma suíte nos moldes da época. Não é, portanto, o Nepomuceno tão característico da série brasileira que iremos apreciar aqui, ele que foi o paladino-mor do nosso nacionalismo musical, mas, conforme o próprio título da obra, um Nepomuceno tradicional imbuído propositadamente do mais lídimo espírito classicista”.

Béla Bartók (1881-1945) resgatou as raízes da música de seu país e desenvolveu um estilo próprio de nacionalismo húngaro, unindo elementos das músicas folclórica e moderna, além de ter recebido influências de Strauss, Debussy, Liszt, Stravinsky e Schoenberg. Bartók foi um grande pesquisador e catalogador de música folclórica da Hungria e países vizinhos. A pesquisa que resultou nas Danças Folclóricas Romenas se deu entre 1910 e 1912 na região da Transilvânia (Romênia). São seis danças com pouco mais de 1 minuto cada. O interesse dele era demonstrar o quanto a música desta região era diversa em timbres, com o uso de instrumentos variados, propiciando uma riqueza de texturas que, a princípio, ele tenta mimetizar na primeira versão da obra, escrita para piano. A versão orquestral, feita para um conjunto nos moldes da orquestra clássica de Haydn ou Mozart, veio dois anos depois em 1917. Para estes concertos apresentaremos um arranjo para orquestra de cordas de rara beleza. 

Johann Strauss II (1825-1899) um compositor de músicas dançantes, tinha um apreço especial por valsas e polcas. A polca-mazurca era muito popular na época e, embora se assemelhe a uma valsa mais tranquila, são dois gêneros distintos.

Para o concerto de sexta-feira em Içara, o programa é ampliado com Pop Rock das bandas inglesas The Beatles, Queen, Coldplay, Kansas dos Estados Unidos, e ainda, as Trilhas de Cinema. Essa música popular enriquece nosso repertório com ritmos e melodias marcantes da atualidade.

O Evento conta com medidas de acessibilidade para o acesso (SIA), vídeo introdutório com audiodescrição (AD) por Voz da Visão e intérprete de Libras da AcessiLibras.

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e conta com o patrocínio da Casan, Bistek Supermercados, Usipe, Mademil e Imbralit por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Apoio: Prefeitura de Nova Veneza e Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, Associação Empresarial de Criciúma – ACIC, SG2 digital, Canguru Embalagens, Metalúrgica Spillere, Tintas Farben, Librelato, Imepel e Luterana Renovada. Realização: Associação Cultural Camerata di Venezia, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Luiz Fernando São Thiago, diretor artístico e regência

Bacharel e Mestre em práticas interpretativas com especialidade no violino pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Tem exercido intensa atividade profissional como professor, instrumentista e regente a nível nacional e no exterior por mais de 30 anos.

Programa:

31 de agosto, quinta-feira às 20h – Teatro Municipal de Nova Veneza/SC

VIVALDI | Concerto em Ré maior para orquestra de cordas RV 121

I. Allegro molto

II. Adágio

III. Allegro

BOCCHERINI | Sinfonia em Ré maior

I. Allegro

II. Andante

III. Minueto

IV. Presto

TCHAIKOVSKY | Andante Cantabile de Op. 11

NEPOMUCENO | Suíte Antiga

I. Minueto/Trio

II. Ária

III. Rigaudon

BARTÓK | Danças Folclóricas Romenas para orquestra de cordas

I. Jocul cu bâtă (Dança do bastão): Allegro moderato

II. Brâul (Dança da faixa): Allegro

III. Pe loc (Em um ponto): Andante

IV. Buciumeana (Dança de Bucsum): Moderato

V. Poarga Românească (Polca romena): Allegro

VI. / VII. Mărunțel (Dança rápida): Allegro/Più allegro