Estou ansioso, e agora?
Reflexões em tempos de pandemia.
Olá! Vamos conversar um pouco sobre como estamos lidando com as nossas emoções em tempos de pandemia.
Queira ou não queira, estamos sendo obrigados a lidar com o desconhecido, com um novo cenário. No mínimo, a pausa nas atividades e nos encontros chegou para todos. Essa interrupção altera a nossa vida em menor ou maior escala. A pandemia afeta a todos que vivem em sociedade, não importa se você acredita no vírus ou não, ele altera sua convivência com o meio social.
Notamos preocupações de todas as formas e temos vários motivos para que esse sentimento ocorra. Pessoas que não tem com quem deixar os filhos para trabalhar, pessoas com medo de faltar alimento, pessoas sem garantia de trabalho, sem locomoção, tem até as que sofrem por ter que aprender a cozinhar. Sem lugar para se entreter, pessoas fechando estabelecimentos, empresários sem saber se vão conseguir pagar seus colaboradores e até as pessoas que sentiam-se privilegiadas por um motivo ou outro, sentem essa abrupta mudança.
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Mas, o principal desafio deste isolamento é: saber lidar consigo mesmo com seus medos e preocupações. Temos tempo suficiente para olhar para os nossos sentimentos o que estamos fazendo e buscando, tomar consciência disso pode ser muito perturbador. Principalmente se percebermos.
Outras manifestações comuns, é o medo de contagio pela Covid-19, pensamentos pessimistas, invasivos, insônia e aumento ou redução de alimentos, a incerteza em relação ao futuro e a falta de controle sobre a situação. Tudo geram transtornos ansiosos, transtorno de pânico e depressão. Quem já sofre com esses Transtornos mentais, pode ter este quadro agravado.
Importante ressaltar que toda forma de exercitar o controle das emoções, vale para aliviar efeitos de ansiedade e depressão. Caso sua rotina tenha sido modificada, o recomendado é que você se reorganize e não fique refém do movimento do dia, pois isso pode gerar a procrastinação. Pode também, levar você a comer demais ou dormir demais em horários desregulados, não ter uma rotina pode levar você a trabalhar demais ou trabalhar de menos. A rotina pode reforçar uma sensação de controle sobre a situação.
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Como lidar com o Transtorno de ansiedade em tempos de pandemia?
Ao perceber os primeiros sintomas da ansiedade, a nossa tendência é lutar contra essa sensação desagradável. Cada vez que lutamos contra essa sensação a tendência é agravar ainda mais. É importante entendermos que, nesse novo contexto que vivemos é natural que a ansiedade apareça. Afinal, são muitas informações a todo instante e muitas mudanças de cenários. O lidar com o desconhecido é perturbador. Mas, também não podemos paralisar nesse momento de luta e fuga em que a ansiedade nos coloca. Temos que refletir sobre o que estamos pensando e tentar descatastrofizar esse quadro.
A grande responsável por fazer a crise de ansiedade se intensificar é a atenção que colocamos nos sintomas conforme eles vão aparecendo. O importante na crise é mudar o foco e desviar a atenção para fora do corpo.
Um jeito bem simples de fazer isso é utilizar a chamada técnica Grounding. São exercícios que consistem em: Focar na respiração e identificar: 5 coisas que você pode ver; 4 coisas que pode tocar; 3 coisas que você pode ouvir; duas coisas que você pode cheirar ;1 coisa que você sentir gosto.
A atividade física também ajuda a tirar a atenção das nossas preocupações, além de contribuir para a diminuição da tensão muscular. Mas o mais interessante aqui é que o aumento da frequência cardíaca consegue fazer alterações neuroquímicas no cérebro, aumentando a concentração de hormônios anti-ansiedade, incluindo serotonina.
Vale ressaltar que, a busca pela ajuda de um Profissional de Saúde Mental se faz importante.
Que consigamos ter equilíbrio, para compreender entender que é um momento que estamos vivendo. Pode demorar um pouco, mas vai passar. Precisamos estar bem para encarar os novos desafios do pós pandemia.
Silvana de Souza Policarpi
Psicóloga Clínica Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Especialista em Gestão Empresarial e Recursos Humanos; em Gestão de Pessoas e RH. Amante da vida e da natureza, corredora amadora que ama sentir o vento batendo no rosto.Colunistas
