Amar e valorizar as pessoas que não trazem benefício. E quando eu não for mais útil?

Silvana de Souza Policarpi

Olá, você já notou que estamos mais reflexivos? Fazendo aquela viagem no seu eu interior? 

Ás vezes nos pegamos viajando em pensamentos, em um devaneio de certezas e incertezas, não é mesmo?

Mas você, alguma vez na vida, já parou para pensar,“E quando eu não for mais útil para as pessoas de meu convívio?”.

Ao falar em utilidade, percebe-se que algo um tanto perigoso não é mesmo? Por vezes achamos que as pessoas gostam de nós. Algumas vezes percebemos que há o interesse por aquilo que fizemos ou que podemos fazer, ou pelos benefícios que a podemos trazer.

Vamos pensar juntos, imagina que vamos envelhecer, esse é um momento delicado das nossas vidas, é onde perdemos muitas de nossas habilidades, autonomia e até nossas utilidades. Imagina você velhinho, sem nem conseguir erguer os pés, imaginou?

É bem nessa fase da vida que quero chegar, você vai olhar toda a sua história de vida e vai ver que você não terá mais tanta disposição como antes. Antes você era hábil e útil, você trabalhava, corria para lá, para cá, colaborava aqui e ali, socializava com pessoas, tinha diversos compromissos.

A rotina de um idoso acamado - Longevità Residence

Fonte: imagem www.longevitaresidence.com.br

Com a chegada da velhice e o passar do tempo, começamos a perceber que a utilidade da pessoa em servir, vai diminuindo, fica sua essência do que a pessoa foi um dia. É um momento que purifica. É um momento visível que só permanecerá ao seu lado, as pessoas que amam de verdade, só ficará ao lado da “pessoa sem utilidade”, aquele que reconhece o verdadeiro significado e valor que a pessoa tem em sua vida.

Precisamos e muito de pessoas que acolham a nossa “inutilidade”, aqui eu evidencio bastante a questão do envelhecimento, mas, podemos estender também a pessoas que sofreram algum tipo de acidente ou doença, que os tornaram incapacitados de exercer suas atividades, dependendo assim de outras pessoas.

Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Feliz aquele que tem a graça de olhar nos olhos e dizer você não serve para nada, mas, não sei viver sem você!

Essa pessoa a ser amada, tem uma história de vida, suas próprias manias e jeito de ser, os quais devem ser valorizados e respeitados.

Silvana de Souza Policarpi

Psicóloga Clínica Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Especialista em Gestão Empresarial e Recursos Humanos; em Gestão de Pessoas e RH. Amante da vida e da natureza, corredora amadora que ama sentir o vento batendo no rosto.