Você aceita ser vulnerável?

Scheila Bendo Ferreira

Você precisa aceitar a sua vulnerabilidade. Como assim? Se as nossas buscas são por controle emocional, força, coragem e desenvolvimento profissional e pessoal, não faz sentindo o que esse cara aí está falando. 

Foi desta forma que reagi quando conheci o treinador comportamental, hipnólogo e MasterCoach Eduardo Milioli. Sempre que aprendo coisas novas, gosto de citar as referências do mentor que disseminou o conhecimento para mim. Neste caso, não poderia ser diferente.

Confesso que não estava preparada (e ainda estou em processo) para esta quebra de padrão mental. Das inúmeras crenças enraizadas no ser humano sem dúvida, uma das mais desafiadoras é desmistificar e compreender com clareza o real significado de ser vulnerável.  

Afinal, você já ouviu algum pai falando para seu filho que para ser forte, ter controle emocional e realizar grandes coisas ele precisa primeiro aceitar a sua vulnerabilidade? Você já recebeu relatos de pessoas do seu convívio que desejam ser vulneráveis? 

Assim como eu, a maioria das pessoas aprendeu que ser vulnerável é algo muito ruim, e se consultar o seu significado no dicionário, vai ter certeza disso. Frágil, ferido, indefeso, magoável, desprotegido, desamparado e exposto são alguns dos sinônimos que irá encontrar.

O que poucas pessoas sabem é que coragem e vulnerabilidade estão intimamente ligadas. Coragem têm origem no latim da palavra Cor que significa coração. Em outras palavras, podemos dizer que coragem é se expressar com todo o seu coração. 

Incontáveis são as palavras de amor guardadas em nosso peito e que nunca chegaram ao seu destinatário. Inúmeros são os projetos e ideias que para sempre ficarão guardadas no fundo de uma gaveta por medo de revelar ao mundo quem verdadeiramente somos.

Incontáveis são os momentos que preferimos nos esconder e deixamos de expressar, de manifestar, de realizar e de nos permitir por medo de que outras pessoas possam ter acesso as nossas fragilidades, afinal, quando nos expomos não temos controle do que o outro pode pensar a nosso respeito.

Com certa resistência, preciso lhe dizer que o que tenho aprendido é que de qualquer maneira nunca teremos como controlar o que pensam a nosso respeito. E o pior, nunca teremos segurança e garantia de nada em nossa vida. Ilusão a nossa acreditar que se encolher em um cantinho para fugir das emoções que podem nos machucar é ter controle.

Não tem jeito! No fim, a melhor forma de encarar a nossa própria existência é assumindo a nossa autenticidade e abraçando com amorosidade a nossa vulnerabilidade. E isso só vai acontecer quando resolvermos abrir mão do controle, aceitando que viver é correr riscos. 

É muito difícil abrir mão da falsa sensação de controle, mas, uma hora vamos ter que lançar nosso barquinho no mar e permitir que a maré nos mova para novos horizontes. É óbvio que a vulnerabilidade pode e vai machucar, mas, vai machucar bem menos do que passar uma vida inteira negando a si mesmo.

Grandes mudanças e conexões profundas só ocorrem quando expomos nossa verdade e nos permitimos genuinamente manifestar a nossa essência e a nossa intensidade, assim, do jeitinho que somos. 

Apenas uma voz ecoa dentro de mim neste momento e ela simplesmente diz: PERMITA-SE!

Scheila Bendo Ferreira

Graduada em Gestão de Recursos Humanos com especialização em Desenvolvimento Humano e Organizacional. Reikiana e apaixonada por assuntos relacionados a comportamento, autoconhecimento e espiritualidade.