Afinal, quem é você?

Scheila Bendo Ferreira

Se alguém lhe perguntasse: Quem é você? Que resposta daria? Quais seriam os adjetivos que escolheria para falar de si mesmo? Talvez você desvie o olhar procurando contemplar alguma coisa qualquer, enquanto apela para que sua memória busque por argumentos que possam validar sua resposta.

Muito provavelmente, você irá dar informações do tipo, onde trabalha, qual sua profissão, no que se formou, onde mora, de quem é parente ou qual seu hobbie preferido. Respostas convincentes e facilmente aceitáveis perante todos.

Ouso dizer que costuma ser uma resposta padrão “piloto automático” que fala muito e diz pouco. Superficialmente engloba aquilo que verdadeiramente somos. Com sorte, alguns conseguem acrescentar algumas experiências e vivencias que marcaram a sua vida.

Como definir quem somos em poucas palavras diante das tantas versões que habitam o nosso ser? Cheguei à conclusão de que quem somos depende muito de com quem estamos. Cada um desperta em nós uma versão diferente.

Sabe aquele ditado que diz: “Cada um tem de mim aquilo que merece”? Discordo. Na minha opinião, cada um tem de mim aquilo que cativa e me faz transbordar, e nem sempre aquilo que desperta em mim é de fato o que a pessoa merece. Já percebeu como agimos diferente diante de cada pessoa ou situação?

Alguns chegam e encontram uma versão rígida, instransponível, séria e ríspida. Outros se conectam com toda a nossa doçura, amabilidade, transparência, leveza e tranquilidade. Para alguns, nunca estamos disponíveis, para outros, a porta está sempre aberta.

Observe que algumas pessoas encontram em nós a proteção, o abrigo, o cuidado e a confiança. Outros, jamais trocariam confidencias com a gente. Para alguns, somos imensa saudade, enquanto ao mesmo tempo para outros, não passamos de grande aversão.

Inteligentes e extremamente responsáveis, mas, diante de determinadas pessoas, nos tornamos imprudentes e desmedidos. Uns nos apresentam asas e nos contam sobre a liberdade, enquanto outros nos ensinam sobre a importância das raízes e a calmaria que delas advém.  

Talvez, sejamos isso… um aglomerado de versões contraditórias realizando um rodizio dentro de nós. Cada pessoa que se aproxima aciona uma nova versão. Quando me perguntarem, quem é você? Irei responder: – Não sei! Aproxima-te que descobrirei. 

Scheila Bendo Ferreira

Graduada em Gestão de Recursos Humanos com especialização em Desenvolvimento Humano e Organizacional. Reikiana e apaixonada por assuntos relacionados a comportamento, autoconhecimento e espiritualidade.