Virada de página

Marcos Spilere

Fala, galera! Tudo bem? Vamos continuar analisando o resultado das eleições e já ficando de olho na eleição das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal que acontecem em 1º de fevereiro. 

SEGUINDO EM FRENTE

O STF formou maioria, na noite de domingo, para barrar a reeleição de Maia e Alcolumbre para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. A regra escrita na Constituição Federal, em seu artigo 57, parágrafo 4º é claríssima ao vedar a reeleição na mesma legislatura. Porém, como no Brasil quem pode mais, chora menos, acionou-se o STF para tirar a “dúvida” se realmente era vedado. O relator, ministro Gilmar Mendes, entendeu que a Constituição não dizia o que realmente estava escrito, ela deveria ser interpretada de outra maneira, para permitir sim a reeleição na mesma legislatura. Seguiram ele os ministros Toffoli, Alexandre de Morais, Lewandovski e Kassio Nunes Marques (indicado por Bolsonaro). Foram contra e seguiram o que diz a Constituição, os ministros Edson Fachin, Carmem Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio e Luiz Fux.

Com certeza, a repercussão negativa causada na sexta-feira, início do julgamento, pesou muito na decisão dos ministros. A repercussão foi negativa por um simples motivo, a regra é clara e cristalina, e qualquer ameaça de mudá-la para para beneficiar os atuais presidentes da Câmara e do Senado, poria em risco (mais uma vez) as já balançadas Instituições Brasileiras. 

Agora, os atuais presidentes Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre seguem em frente, viram a página e já miram em quem irão apoiar em 1º de fevereiro de 2021.

AS MULHERES NO PODER

Passadas as eleições, ficou evidente que as mulheres ganharam força na política. É claro que o número entre homens e mulheres ocupando cargos eletivos ainda é abismal, mas houve crescimento nessas eleições. No cenário nacional, as mulheres ocuparam 16% das vagas de vereador. Na nossa região da AMREC (Balneário Rincão, Cocal do Sul, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Siderópolis, Treviso e Urussanga), apenas a cidade de Urussanga não elegeu nenhuma mulher para o Legislativo. Em toda região, de 124 cadeiras de vereador, foram eleitas 23 mulheres (18,5%), mais que o dobro das 10 mulheres eleitas em 2016. Além disso, em Içara a prefeita eleita é mulher, e em Lauro Muller, prefeita e vice eleitas são mulheres.

O FRACASSO DAS PESQUISAS

Entra eleição, passa eleição, uma coisa é certa: as pesquisas eleitorais vão errar. Os principais institutos do país, Ibope e Datafolha, divulgaram pesquisas um dia antes do 2º turno em diversas capitais brasileiras e, na sua maioria, os números ficaram fora da margem de erro.   

Em São Paulo, o Datafolha mostrava que Bruno Covas (PSDB) venceria as eleições contra Boulos (PSOL), mas com uma margem de 10 pontos percentuais. No domingo, a diferença foi de 18,7%. No Recife, Ibope e Datafolha mostravam empate (50%/50%) entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), mas o resultado acabou dando a vitória para João Campos por 12,5% de vantagem. Em Vitória, o Ibope também dava empate (50%/50%) entre Delegado Pazolini (REPUBLICANOS) e João Coser (PT). A diferença acabou sendo de 17 pontos percentuais.

Mais impressionante ainda foi em Fortaleza, onde o Ibope dava 22 pontos percentuais de vantagem para Sarto (PDT), candidato apoiado por Ciro Gomes, contra Capitão Wagner (PROS). O resultado foi BEM mais apertado que isso. Diferença de apenas 3,3%. Em Porto Alegre, os erros se repetiram. No sábado, o Ibope apontou que Manuela D’ávila (PCdoB) estava 2% na frente de Sebastião Melo (MDB). No domingo, as urnas mostraram que Melo venceu com 9,2% de vantagem.

Esses erros frequentes, eleição pós eleição, deterioram cada vez mais a credibilidade dos institutos de pesquisa. Afinal, das duas uma: ou não se confia mais nos institutos pois sua metodologia é horrorosa ou não se confia mais pois estão tentando estimular a população a crer que determinado candidato tem mais força do que ele realmente tem (leia-se manipulação).

É isso galera, hoje fico por aqui. Um abraço e até mais.

Marcos Spilere

Marcos Spilere

Acadêmico de direito da UNESC, fascinado pelos livros, política e futebol. Sempre fui um defensor do debate, do diálogo e da construção de ideais. O conhecimento nos transforma. Vamos conversar sobre a política?