Não falarei sobre eleições municipais

Marcos Spilere

Fala, galera! Tudo bem? O período eleitoral está prestes a começar. Sobre isso, segue o texto abaixo com a minha manifestação.

Vamos ao que interessa. Sendo bem claro e direto: não me manifestarei sobre a política municipal aqui na coluna nessas eleições. O motivo é bem simples: não é e nunca foi o meu objetivo. Quando comecei a conversar sobre política, e depois quando me foi cedido este espaço para fazer minhas manifestações, minha vontade sempre foi de tentar descomplicar alguns assuntos, tópicos e temas que deveriam ser de conhecimento geral, mas que por falta de interesse ou falha na comunicação, não chega a todos como deveria.

A política em Nova Veneza é um pouco diferente. Aqui, como público e notório que é, grande parte da população se envolve nas eleições e nas discussões políticas. Talvez por sermos um município pequeno, cuja população tem a oportunidade de conhecer de perto prefeito, vice e vereadores, nos sentimos mais confiantes em também demonstrar nossa opinião, já que vemos nossos vizinhos, familiares e amigos fazendo o mesmo, seja em rodas de conversa ou nas redes sociais.

É saudável que seja assim. O debate é inerente ao ser humano. Nós somos seres argumentativos, persuasivos, tentamos conquistar nosso espaço e muitas vezes fazemos isso através de nossos atos e palavras. O que devemos nos atentar é para que não ofendamos quem pensa diferente de nós. Já me vi envolvido pessoalmente com as eleições municipais em 2004 e 2008 quando eu era ainda uma criança e meu pai concorreu a vice-prefeito; e em 2012 quando eu já tinha um pouco mais de maturidade e ele concorreu ao cargo de prefeito. Sei o que é estar no meio desse turbilhão que é a política municipal e principalmente porque devemos ter cuidado com as palavras.

Com o surgimento das redes sociais, 2012 foi a primeira eleição municipal que a maioria dos eleitores já estavam conectados ao Facebook e consequentemente podiam ver e ler o que pensavam seus amigos, vizinhos e familiares. Quem podia ver também? Eu, filho de candidato. Sim, eu cometi o erro que estou aqui tentando alertá-los para que não cometam também. Discuti, briguei e algumas vezes me excedi, simplesmente porque não conseguia deixar passar um comentário em que ofendiam meu pai, nossa família ou o governo do qual fez parte. 

Hoje, com a maturidade que adquiri ao longo desses anos passados, vejo que não vale a pena entrar em discussões pequenas sobre assuntos que não trarão benefício algum ao nosso município e que são fruto da ignorância de quem acha que sabe de tudo, mas na verdade não sabe de nada. Agora quando leio alguma bobagem nas redes sociais, se eu achar que a minha opinião não vai contribuir em nada para a pessoa mudar a opinião dela, eu passo a tela e sigo adiante. 

O governo vai mostrar as obras e as ações e a oposição vai criticar o governo, vai criticar estas obras e vai criticar estas ações. É do jogo. É assim que funciona. O que temos que deixar de lado são essas picuinhas familiares e essas ofensas e acusações que, além de não trazerem quaisquer resultados práticos, ainda fazem irmãos e amigos se brigarem e se chamarem de tudo menos de santos. 

Senti na pele o que é ser ofendido sem qualquer fundamento. Por este motivo que peço para cuidarem com as palavras proferidas. Dentro do debate valem argumentos, dados e fatos; não valem ofensas e fake news. Não vou alimentar essas brigas sem sentido que começamos a ver por aqui nessas épocas. Seguirei a coluna aqui falando sobre temas relevantes, mas passando longe do cenário neoveneziano. Me posicionarei quando achar oportuno, mas não aqui, talvez no meu perfil pessoal. Aqui, mantenho esse espaço para conversar com todos. Uma boa semana a todos, e que façamos desse período eleitoral uma oportunidade de chegarmos a soluções comuns ao nosso município. 

Marcos Spilere

Marcos Spilere

Acadêmico de direito da UNESC, fascinado pelos livros, política e futebol. Sempre fui um defensor do debate, do diálogo e da construção de ideais. O conhecimento nos transforma. Vamos conversar sobre a política?