Bolsonaro aceitou, reconheceu Biden

Marcos Spilere

Fala, turma! Tudo bem? Estamos chegando no finalzinho do ano, mas a política não para nunca. Bora conversar sobre a política internacional?

DELEGADOS CONFIRMAM VITÓRIA DE BIDEN

Após mais de um mês das eleições americanas, os famosos “delegados” se reuniram na última segunda-feira para depositarem seus votos no candidato escolhido pela população.  A cerimônia é um evento protocolar, já que há semanas todos nós sabíamos que Joe Biden, o presidente-eleito, levaria o voto de 306 delegados, 36 votos a mais do que os 270 necessários para vencer a disputa.

Os famosos “delegados” são pessoas, muitas vezes renomadas, escolhidas pelos estados para participarem da cerimônia e confirmarem o voto no candidato que a população do seu estado preferiu. Entre os delegados de Nova York, onde Biden venceu, por exemplo, estão o ex-presidente Bill Clinton e a ex-primeira dama Hillary Clinton.

Donald Trump, desde o momento em que Biden foi anunciado vencedor, no dia 7 de novembro, vem interpondo inúmeros processos judiciais nos estados em que perdeu para tentar reverter o resultado das eleições. Ele e alguns integrantes do partido republicano alegam que houve fraude nas eleições. Entretanto, perdeu em todas as ações, já que os juízes não conseguem observar nenhuma prova concreta de fraude.

Agora, depositados formalmente os votos dos delegados, fica cada vez mais próximo o fim do mandato do Presidente Trump, o único presidente a não se reeleger desde George Bush pai, em 1992, que perdeu as eleições para Bill Clinton.

Bolsonaro, depois de alegar que tinha “fontes pessoais” nos Estados Unidos que teriam provas de fraude nas eleições, o presidente brasileiro finalmente cedeu e parabenizou o presidente eleito pela vitória no pleito do dia 3 de novembro. Com isso, o Brasil se tornou a última democracia do mundo a reconhecer a vitória de Joe Biden, já que praticamente a totalidade dos países já tinha reconhecido a vitória do democrata lá no dia 7 de novembro.

Além de parabeniza-lo, Bolsonaro escreveu que: “Estarei pronto a trabalhar com o novo governo e dar continuidade à construção de uma aliança Brasil-EUA, na defesa da soberania, da democracia e da liberdade em todo o mundo, assim como na integração econômico-comercial em benefício dos nossos povos”. 

Antes tarde do que nunca. Mas demorou!

DIFERENÇA DE POSTURA

A diferença entre George Bush e Donald Trump é que Bush aceitou formalmente a derrota nas eleições, colocou os interesses do país em primeiro lugar e possibilitou uma transição de poder civilizada, pilar da democracia. No dia da posse de Bill Clinton, Bush deixou uma carta na mesa do Salão Oval (foto abaixo), em que dizia assim (tradução livre): 

Querido Bill, quando eu entrei nesse escritório agora a pouco, eu senti o mesmo sentimento de admiração e respeito que eu senti quatro anos atrás. Eu sei que você vai sentir isso também. 

Eu desejo a você muitas felicidades aqui. Eu nunca senti a solidão que outros presidentes descreveram. 

Haverão tempos muito difíceis, que se tornarão ainda mais difíceis pelas críticas, as quais você pode considerar injustas. Eu não sou muito bom para dar conselhos, mas apenas não deixe os críticos te desencorajarem ou te tirarem do caminho.

Você será nosso presidente quando você ler essa nota. Eu te desejo bem. Eu desejo bem à sua família. Seu sucesso agora é o sucesso do nosso país. Eu estou torcendo muito por você. Boa sorte. George

CURIOSIDADE

Para quem gosta de números e probabilidade, aqui vai um dado inusitado. Para a eleição da “Câmara dos Deputados”, que lá nos Estados Unidos é chamada de “Casa dos Representantes”, cada distrito elege 1 deputado. Em alguns distritos, as eleições são bem apertadas, mas bem apertadas mesmo. No distrito 2 do estado de Iowa, a diferença foi de apenas 6 votos, ou 0,001% dos votos. O vencedor republicano Miller Meeks conquistou 196.964 votos (50,0007%), e seu oponente, o democrata Hart, conquistou 196.958 votos (49,9992%). Só que Miller Meeks ainda não foi confirmado eleito, já que como a diferença foi tão pequena, os votos estão sendo checados inúmeras vezes. Situação parecida ocorreu no distrito 22 do estado de Nova York. O republicano Tenney levou 155.492 votos, e o democrata Brindisi conquistou 155.480 votos. 12 votos de diferença. Impressionante! 

Marcos Spilere

Marcos Spilere

Acadêmico de direito da UNESC, fascinado pelos livros, política e futebol. Sempre fui um defensor do debate, do diálogo e da construção de ideais. O conhecimento nos transforma. Vamos conversar sobre a política?