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Pais, alunos e professores se mobilizam contra o fechamento do ensino médio em Nova Veneza

A escola estadual Julieta Torres Gonçalves, localizada no distrito de São Bento Baixo atende a 80 estudantes que trabalham durante o dia

Pais, alunos e professores estiveram mobilizados na noite da última segunda-feira, dia 19, contra o fechamento do ensino médio, período noturno, na Escola de Educação Básica Julieta Torres Gonçalves, no distrito de São Bento Baixo, em Nova Veneza. Com faixas chamando a atenção de autoridades e comunidade, o grupo fez uma caminhada pelas ruas do distrito. Na noite de terça-feira, a partir das 19h, a Câmara de Vereadores abrirá espaço para representantes expor a atual situação. Um abaixo assinado com assinaturas de pais e alunos deverá ser entregue a promotoria do Ministério Público, onde frisam o capitulo IV, artigo 53, inc.V, o qual afirma categoricamente que toda a criança e adolescente tem direito a acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.    

Segunda a professora Andreia Cavaler, a direção da Gered já determinou que a escola não ofertasse matrículas que deveriam ser abertas na próxima semana. O mesmo acontecerá com a Escola Humberto Hermes Hoffmann, no Distrito de Caravaggio. Ao todo, 137 alunos das duas escolas devem ser reorganizados, o novo termo utilizado pelo Governo do Estado, na Escola Estadual Abílio César Borges.

A professora Alessandra Vilpert Damiani enfatizou que o Governo do Estado quer fechar o ensino médio, sendo que durante o dia, a escola tem apenas uma turma. “O forte da nossa escola é à noite, os nossos alunos trabalham. Sem contar que, em minha opinião, no próximo ano vai fechar e acabar com o ensino médio existe há mais de 30 anos. Nós não estamos falando de uma escola recém-aberta e ela é de fundamental importância. Não vai ser fácil reverter, pois o Governo quando corta é sempre na educação, saúde e segurança”, pontuou.

O pai e também ex-aluno da escola, Eder Davi Bortolotto destacou o sentimento de ter estudado na escola onde seu pai ajudou a construir. “Nós doamos terra, ajudamos com máquinas.  Não tem justificativa.  Quando fazem campanha a educação é prioridade e na prática é diferente.  Fechar o ensino médio é uma falta de respeito com a população”, afirmou.

O vereador da comunidade, Dalto Bortolotto (PSDB) destacou a preocupação com a evasão escolar.  “Os alunos terão que sair uma hora mais cedo, alguns residem a cerca de 15 quilômetros da escola e, hoje, não se sabe se teremos transporte. A grande maioria dos estudantes trabalham e com os transtornos vão optar pelo mercado de trabalho, pois auxiliam na renda familiar e estão em busca da qualificação profissional”, relatou.    

O secretario de Desenvolvimento Regional, João Fabris justificou que a o Governo do Estado solicitou um levantamento de alunos em todas as escolas, suas distâncias. “Este estudo foi encaminhado e se vier uma determinação, nos vamos sentar e conversar com a comunidade escolar. O que é certo é que não podemos manter uma grande estrutura que não tenha público”

A reportagem entrou em Jucilene Antônio Fernandes, gerente da 21ª Gerência Regional de Criciúma não conseguiu nos atender devido uma reunião em Florianópolis.